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Kollektivet (2016)

Kollektivet (no original) ou A Comunidade (em português), o novo filme do diretor Thomas Vintenberg (conhecido por Festen - Festa de Família - 1998, Submarino - 2010 e Jagten - A Caça - 2013), um dos fundadores do movimento cinematográfico Dogma 95, que busca a criação de um cinema mais realista e menos comercial, aborda uma família nos anos 70, formada pelo pai Erik (interpretado por Ulrich Thomsen, conhecido por Festen - Festa de Família - 1998 e Adams æbler - Entre o Bem e o Mal - 2005), pela mãe Anna (representada por Trine Dyrholm, conhecida por Festen - Festa de Família - 1998 e DeUsynlige - Águas Turvas - 2008) e pela filha Freja (interpretada por Martha Hansen). Erik herda a casa de sua família após a morte de seu pai, mas por considerá-la muito grande e com altos custos de manutenção está disposto a vendê-la. Contudo, sua esposa o convence a transformar a casa em uma espécie de coletividade, convidando alguns amigos e entrevistando até desconhecidos para dividirem as contas e compartilharem a nova moradia. Vivendo em grupo, como se fossem uma grande família, eles realizam jantares, festas e reuniões periódicas para que assuntos importantes sejam decididos democraticamente. Mas toda a utopia em torno deste experimento começa a ser questionada quando um caso de amor abala a pequena comunidade.


Kollektivet acerta ao retratar muito bem a época em que se passa a história: os anos 70 em Copenhague. O design de produção, o figurino e a caracterização dos personagens, expressos pelas roupas, cabelos e costumes, conferem credibilidade, ambientam e imergem o espectador na trama narrada. Mas o filme peca por não desenvolver bem os personagens que não fazem parte do enredo central. O diretor deveria ter explorado mais as cenas de conflito em grupo e o roteirista poderia ter elaborado melhor as dificuldades de convívio social que são inerentes à vida em coletividade. Da forma que foi escrito os atores coadjuvantes pouco agregam e a trama em paralelo sobre o amadurecimento de Freja frente à reflexão de tudo o que ocorre dentro da comunidade merecia ser melhor trabalhada.

O grande destaque fica por conta da atriz Trine Dyrholm, que recebeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim deste ano por sua excelente atuação. As cenas mais dramáticas e os golpes mais fortes que levamos no longa-metragem são protagonizados por sua personagem, Anna, uma apresentadora de telejornal. A representação da atriz convence não só por conseguir expressar as emoções nos momentos de alegria ou nos acontecimentos mais sombrios, mas pela naturalidade da interpretação, que chega a fazer com que o espectador se esqueça de que é apenas uma encenação.


Os desafios de convívio podem ser superados? Até que ponto um projeto de comunidade deve se sobrepor aos interesses individuais? O que é mais importante: o indivíduo ou o coletivo? A vida em coletividade é possível? Esses são alguns dos questionamentos que A Comunidade tenta introduzir, mas acaba abordando de forma superficial. O diretor Thomas Vintenberg tinha talento para produzir um filme com um resultado final muito melhor do que produziu.


Título original: Kollektivet
Título em português: A Comunidade
Diretor: Thomas Vintenberg
http://www.imdb.com/title/tt3082854/

Trailer legendado (com alguns spoilers):


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