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Eddie the Eagle (2016)

Algumas histórias despertam o que há de melhor dentro do ser humano, inspirando-nos a superar os nossos limites e nos ensinando a acreditar em nossos sonhos e a nunca desistir. Esse é o caso do filme Eddie the Eagle (no original) ou Voando Alto (em português), baseado na história real do inglês Michael Edwards, mais conhecido por Eddie "The Eagle" Edwards (Eddie a Águia), que desde criança tinha como sonho participar dos Jogos Olímpicos. Sem ser de uma família rica, desengonçado, tendo que lidar com problemas no joelho durante boa parte de sua infância e ainda precisando usar óculos por ser míope, suas chances de participar da Olimpíada eram mínimas. Após tentar, sem sucesso, vários tipos de esporte ao longo de sua infância e adolescência, Eddie decide se aventurar no downhill (descida livre), escolhendo os Jogos Olímpicos de Inverno de 1988 como a sua meta. Diante de uma apresentação desastrosa perante alguns patrocinadores ele é cortado da equipe olímpica de esqui da Grã-Bretanha. Desolado e prestes a desistir, Eddie aposta na categoria de ski jump (salto sobre esqui) como sua última chance de realizar seu sonho.


O cinema está repleto de filmes motivacionais que envolvem esporte. Podemos citar: 


O roteiro de Voando Alto é todo produzido em torno do protagonista, interpretado em sua infância e adolescência pelos irmãos Tom e Jack Costello, respectivamente, e em sua fase adulta pelo carismático Taron Egerton (conhecido por Kingsman: The Secret Service - Kingsman: Serviço Secreto - 2014). A atuação de Egerton pode parecer forçada, mas quando a confrontamos com o verdadeiro Eddie Edwards percebemos que ele incorporou com perfeição todos os cacoetes que o personagem exigia. Eddie é o típico anti-herói: com uma aparência que nada se assemelha à figura do herói clássico, com seu jeito nerd, esquisitão e atrapalhado, tendo usado óculos por toda a vida e um aparelho nas pernas quando era criança, o que obrigatoriamente nos remete ao filme Forrest Gump - Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994), ele é a típica pessoa pela qual ninguém daria nada. E esse talvez seja o maior acerto do filme: lidar com os nossos preconceitos e com os padrões impostos pela sociedade.


Ao tomar contato com Eddie, algum espectador acreditaria que ele seria capaz de fazer algo relevante? Mas ao longo do filme, conforme somos apresentados a um jovem que apesar dos problemas físicos, que poderiam ser usados como desculpa, é decidido e seguro de si, ingênuo e sonhador, nossas percepções e interpretações acerca do protagonista são colocadas à prova. Aquele sujeito diferente e estranho até que poderia sim fazer a diferença.

O elenco foi muito bem escolhido. A mãe de Eddie, Janette, interpretada por Jo Hartley (conhecida por Dead Man's Shoes - Vingança Redentora - 2004) é responsável por apoiar e incentivar os sonhos do filho, enquanto o pai, Terry, interpretado por Keith Allen (conhecido por Trainspotting - Trainspotting - Sem Limites - 1996) faz o papel de contraponto, lembrando Eddie das dificuldades e querendo que o filho siga os seus passos trabalhando na construção civil. Bronson Peary, o esportista problemático, que já é um clichê nesse tipo de filme, é feito por Hugh Jackman (sempre lembrado por sua interpretação do personagem Logan nos filmes da franquia X-Men). O comentarista da BBC, interpretado por Jim Broadbent (conhecido por Iris - 2001), proporciona bons momentos cômicos.


O diretor e também ator Dexter Fletcher (atuou em Kick-Ass - Kick-Ass: Quebrando Tudo - 2010) utilizou o humor para suavizar a história. Apesar da ótima fotografia, o filme abusa dos clichês e coloca algumas cenas desnecessárias. Fletcher poderia ter explorado mais as cenas de ação (os saltos de esqui) e faltou colocar o posfácio (a trajetória posterior) do Eddie ao final do filme. O roteiro fez algumas adaptações na história real em prol de uma boa narrativa, sendo as modificações retratadas (em inglês e com spoilers) neste link e nesta crítica do theguardian. A trilha sonora se encaixa bem no filme, transmitindo a emoção necessária nos diversos momentos, sejam eles de ação, drama ou suspense. A música Jump, do Van Halen, foi utilizada como analogia ao esporte praticado: ski jump (salto sobre esqui).

Eddie the Eagle é um filme sobre superação com um tom alegre, divertido e que resgata valores sociais há muito perdidos na sociedade. Nesta época em que o ter é mais importante do que o ser, na qual vencer, seja nos esportes, nos negócios ou em qualquer outra situação imposta pela vida, é mais importante do que competir, precisamos reaprender que o importante não é o destino, mas sim a jornada.



Título original: Eddie the Eagle
Título em português: Voando Alto
Diretor: Dexter Fletcher
http://www.imdb.com/title/tt1083452/



Kill the Messenger (2014)


Seguindo a mesma linha de jornalismo investigativo de All the President's Men - Todos os Homens do Presidente - 1976, mas por algum motivo sem o devido reconhecimento e repercussão, Kill the Messenger (no original) ou O Mensageiro (em português) conta a história real do repórter americano Gary Webb (interpretado por Jeremy Renner, conhecido por The Hurt Locker - Guerra ao Terror - 2008), que trabalha em um pequeno jornal, San José Mercury News, e acidentalmente descobre documentos sigilosos sobre o governo americano e a guerra às drogas. Diante dessas informações, que revelam um suposto esquema de tráfico de cocaína para dentro dos Estados Unidos, ele precisa decidir entre proteger sua carreia, família e própria vida ou se arriscar a desmascarar o caso e publicar a matéria.

Logo de cara somos apresentados, em um formato que se assemelha ao de um documentário, a uma série de reportagens de jornais e discursos presidenciais, desde Richard Nixon (1969-1974), passando por Gerald Ford (1974-1977), Jimmy Carter (1977-1981) até chegarmos a Ronald Reagan (1981-1989). Todos eles discursam contra o tráfico e o consumo de drogas. Essa exposição facilita a imersão do espectador na história e confere maior veracidade aos fatos. Posteriormente, somos transportados para o ano de 1996 e acompanhamos a investigação promovida pelo protagonista, passando de um suspeito a outro, de traficantes a até mesmo políticos, e a cada nova revelação podemos contrastar o discurso inicial do governo com a realidade nua e crua dos fatos.

   
Seguimos, passo a passo, tudo o que Gary Webb precisa fazer para garantir que o público tenha conhecimento sobre algo que era mantido sigiloso: observação, entrevistas e levantamento documental. Um jornalista não pode simplesmente denunciar uma situação corrupta só porque alguém lhe sugeriu ou porque lhe parece que é incorreta. Até a matéria se tornar concreta e ser publicada existe um processo a ser seguido, no qual o repórter revisa todo o material investigativo, avaliando se há necessidade de entrevistar novas fontes ou fazer novas consultas, até que todas as informações conflitantes estejam resolvidas. Sobretudo se houver menções a figuras públicas, grandes corporações, políticos e governos, o jornalista também deverá se certificar, em casos de processos, que receberá o apoio jurídico e suporte editorial para publicação da matéria. Nesse ponto temos que destacar a direção de Michael Cuesta (conhecido pela série de TV Homeland - 2011-2012), que deixou alguns pontos em aberto para que o espectador tirasse as suas próprias conclusões acerca da investigação de Webb. Teria sido ele ingênuo ou desleixado?

O roteiro foi baseado no livro Dark Alliance: The CIA, The Contras, and the Crack Cocaine Explosion, escrito pelo próprio Webb, e no livro Kill the Messenger, uma biografia feita por Nick Schou. O elenco, além de contar com a ótima atuação de Jeremy Renner no papel principal, possui nomes de peso como Mary Elizabeth Winstead (10 Cloverfield Lane - Rua Cloverfield, 10 - 2016), Michael Sheen (Midnight in Paris - Meia-Noite em Paris - 2011), Ray Liotta (Goodfellas - Os Bons Companheiros - 1990) e Andy Garcia (The Godfather: Part III - O Poderoso Chefão III - 1990). 

Kill the Messenger ainda se destaca ao denunciar as pressões, chantagens, violências física e psicológica que os jornalistas investigativos sofrem ao realizar o seu trabalho. Não apenas a integridade do homem é atingida, como também a de sua família. A manipulação da informação é evidente. Artifícios como atacar a credibilidade desses profissionais são utilizados sem o menor pudor para abafar a verdade, visto que a fofoca muitas vezes passa a ser mais importante (ganha mais destaque) do que a denúncia em si.

Existe liberdade de impressa? A mídia é livre ou sofre influência política, econômica e social? Qual é o verdadeiro papel do jornalista? Algumas histórias são verdadeiras demais para serem contadas? A inidoneidade de algumas fontes invalida completamente uma matéria a ponto de torná-la uma mentira? Estaria o governo americano boicotando a divulgação dessa história (filme)? Esses são alguns dos questionamentos que O Mensageiro deixa no ar.

Diante de situações recentes, como os Panama Papers e das revelações de Edward Snowden e do Wikileaks, toda a reflexão e o desdobramento trazidos pela trama contada em Kill the Messenger ganham outras camadas de importância e significado.




Título original: Kill the Messenger
Título em português: O Mensageiro
Diretor: Michael Cuesta
http://www.imdb.com/title/tt1216491/



 
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